• 2024

    por Júlia de Carvalho Hansen 

    Desde que existem, os horóscopos são feitos tanto para prever como para prevenir. Ajudam na intenção, na preparação e, por vezes, na adivinhação do que virá.

     

    O ano de 2024 começa lento, profundo e transformador – como placas tectônicas que se movem por baixo dos oceanos, nossas vidas estão se mexendo! Com a ênfase de planetas nos signos de Touro e Peixes, fazia tempo que não tínhamos um começo de ano tão promissor em viabilizar a consolidação de desejos, sejam eles materiais ou emocionais. Pragmatismo e sensibilidade tendem a coincidir. Essa maré a favor vai até o começo de maio. Quais são os seus sonhos que trazem à tona o real?

     

    Pesquiso astrologia há uns 20 anos e reparo que qualquer observação que a estude à sério dissolve com contundência qualquer ideia de progresso em que este se proponha como uma projeção progressiva de melhora. Os tempos vão e vem. E, nisto, 2024 será um ás. As estruturas que se consolidarem no 1º semestre tendem a passar por redemoinho, furacão e tempestade na segunda metade do ano. O que tiver profundidade, vingará! O que não tiver... vai, no mínimo, estremecer.

     

    *

     

    Pautando o ano todo teremos tensões entre a sensibilidade do que reconhecemos sem palavras versus a necessidade de comunicação constante. A nossa época privilegia o imediatismo reativo nas comunicações – mas será esta a melhor escolha para um corpo humano?

     

    Em parte pelo eixo dos nodos lunares (onde acontecem os eclipses) transitarem a polaridade entre Áries e Libra, podemos esperar distensões, reviravoltas e o abalo até mesmo de relacionamentos afetivos bem antigos. O diálogo é, obviamente, a melhor opção, mas, certamente, é mais fácil se entender com quem seja possível ficar em silêncio e estar tranquilo. Atenção aos meandros emocionais egóicos, se elabore pra que a autonomia possa ser um gesto delicado e deixe pra lá uma pressa de que o ritmo do outro coincida com o seu... Na dúvida, sorria.

     

    Questões da Terra

     

    No meio de abril, acontece a importante conjunção entre Júpiter e Urano, que certamente acentua a evidência de que enfrentamos um novo tempo, em que o apocalipse sócio-climático-ambiental não é mera hipótese, mas a condição material do tempo em que estamos. O que já nos obriga imediatamente a uma revisão das práticas ligadas à Terra, seja o extrativismo mineral, seja na agricultura ou na forma de consumo de alimentos em deliverys & afins.

     

    O aumento da temperatura também ocorre nas disputas de territórios, as guerras em curso no planeta se inflamam, tendendo a encontrar pontos de culminância entre abril e maio.

     

    *

     

    Plutão entrando em Aquário já em janeiro tende a marcar definitivamente a entrada em uma Era da Informação – na qual estamos (digo sem ingenuidade) só no começo.

     

    Pauta do segundo semestre são os acirramentos de debates, a luta entre crenças e ideologias – sobretudo as ligadas à fé e a justiça. Seja no acalorado debate público, ou nas relações íntimas, a tendência é disputar pelo que for mais verossímil. E não necessariamente, pelo verdadeiro. Não é preciso ser astróloga pra saber o que a astrologia confirma: que o período das eleições será marcado pela difusão de fake news, afinal, o que parece ser verdade prima pela potência de efeitos que se transmitem aceleradamente.
     
    Veremos o avanço das relações entre a política nacional e as religiões de maior apelo popular, sobretudo as religiões evangélicas.